Qual o meu peso ideal?
Dr. Éder Teixeira Cardoso - Endocrinologia.Peso ideal é aquele que propicia o máximo de saúde. O conceito atual de saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde é "Estado de bem-estar físico, mental e social". Estes três elementos devem ser, portanto, valorizados por quem tenta definir o peso ideal de um determinado indivíduo.
Por que tenho tendência a engordar?
A grande maioria dos obesos queixa-se de que engorda com muita facilidade, mesmo comendo pouco. Inúmeros estudos clínicos investigaram esta questão, com resultados contraditórios. O que se acredita hoje é que alguns obesos engordam por comerem demais; outros porque têm um metabolismo muito "lento", que gasta pouca energia e favorece o armazenamento de gordura; e outros que, além de comerem demais têm também um metabolismo "lento". Entre os que apresentam esta tendência a engordar, uma pequena minoria apresenta uma doença hormonal (mal funcionamento da tiróide, por exemplo) que possa ser implicada como a causadora do problema. A maior parte deles engorda por uma característica do seu metabolismo que os predispõe a isso. Na verdade, sob o ponto de vista evolutivo, esta "tendência a armazenar gordura" seria mais uma qualidade do que um defeito, já que permitiria ao indivíduo sobreviver às situações de escassez de alimentos. Trata-se, na verdade, de um metabolismo extremamente eficiente, como um automóvel capaz de rodar 30 quilômetros com apenas 1 litro de gasolina. Mas, nas sociedades chamadas afluentes, caracterizadas pela abundância dos alimentos, pelo costume de associar-se comida a todos os eventos sociais e pela adoção da magreza como padrão estético, o que era vantagem transformou-se em problema.
Devo tomar remédios para emagrecer?
É sempre um tema polêmico quando se fala de emagrecimento. Por um lado existe um enorme abuso de inibidores do apetite, ansiolíticos, e hormônios tiroideanos em todo o Brasil. Por outro lado, há um grande número de obesos que precisam utilizar medicamentos para alcançarem um emagrecimento satisfatório. A indicação de qualquer remédio para um paciente obeso deve obedecer a critérios clínicos muito objetivos. Devem ser considerados os riscos e os benefícios da droga em questão, nunca esquecendo de que a própria obesidade já é, muitas vezes, uma situação de alto risco para o paciente. Se a relação risco/benefício for favorável, é válida a prescrição do remédio. Sempre deverão ser consideradas as evidências científicas de eficácia clínica do tratamento proposto.
Como fazer para não recuperar peso depois de emagrecer?
A fase de manutenção é provavelmente a mais importante de qualquer tratamento para emagrecer. Sabe-se hoje que cerca de 90% dos pacientes que conseguem um emagrecimento significativo através de um tratamento qualquer tende a recuperar o peso perdido no prazo de dois anos. É, portanto, fundamental que se enfatize a necessidade de modificação do comportamento alimentar para que se evite engordar novamente. Durante esta fase, a quantidade de calorias ingeridas durante o dia deve aumentar gradualmente, até que se atinja o ponto de equilíbrio. Caso tenha sido utilizado algum medicamento moderador do apetite, ele deve ser retirado também de forma gradual até que não seja mais necessário. As atividades físicas que tenham sido introduzidas durante o período de emagrecimento devem consolidar-se como hábitos de vida, para evitar-se uma diminuição do gasto energético.
Qual o melhor exercício para emagrecer?
Para escolher o esporte ideal para o emagrecimento, lembre-se que ele deve ajudar na queima de gordura e também na manutenção ou aumento da musculatura. O gasto metabólico de qualquer pessoa é proporcional à sua massa muscular. Se alguém emagrece perdendo músculo, vai diminuir o gasto metabólico basal e tender a recuperar a gordura que foi eliminada. Caso o esporte escolhido não preencher estas duas necessidades, uma ótima solução é associar duas atividades diferentes - uma aeróbica, com longa duração e sem muita intensidade e outra que ajude mais no desenvolvimento muscular. Seria o caso, por exemplo, da associação caminhada + musculação, ou corrida + remo. Lembre-se, principalmente, de que qualquer que seja sua escolha, ela só surtirá os efeitos desejados se for adotada como um hábito de vida. É fundamental, portanto, que você sinta prazer no que está fazendo, para que não o esporte não acabe apenas como um sacrifício temporário.
A tabela abaixo vai ajudá-lo a entender o quanto cada esporte pode ajudá-lo no gasto energético e no desenvolvimento e preservação muscular. Os valores de gasto calórico por minuto de cada atividade física são calculados para uma pessoa de 70 kg. Quem pesar mais, gasta mais. É muito grande a variação de eficácia de uma atividade física, dependendo da forma como ela é praticada. Vamos tomar o exemplo da dança. O gasto calórico pode variar de 3,5 Kcal por minuto, para alguém praticando dança de salão até 12 Kcal por minuto, quando a atividade for um número de dança coreografada muito rápida e difícil. Também o efeito sobre a massa muscular será muito maior no segundo caso. O gasto calórico da corrida também é muito relativo, oscilando entre 9,5 e 20 Kcal por minuto, dependendo da velocidade. o corredor que praticar tiros de curtas distâncias poderá ter um ganho significativo de massa muscular, enquanto nos corredores de longa distância vai predominar o gasto calórico.
É muito comum vermos o gasto calórico de cada atividade ser expresso em Kcal por hora, mas o gasto por minuto nos ajuda mais sob o aspecto prático. O judô, por exemplo, produz um gasto de cerca de 12 Kcal/min, que, convertido para hora de atividade, chegaria a 720 Kcal. Um menino que tenha se matriculado em uma turma de iniciantes pode então deduzir que em cada aula que freqüentar vai emagrecer mais do que em uma hora de natação, onde o gasto médio seria de 540 Kcal/hora. Acontece que em uma aula de judô os períodos de intervalo e orientação ocupam muito mais tempo, não permitindo que o ritmo da atividade se mantenha por 1 hora. Em alguns casos, a prática efetiva da atividade física pode ficar restrita a menos de 50% da aula, o que confunde muito a interpretação do gasto calórico horário. Observe o exemplo do golf. Se o praticante se mantivesse 1 hora inteira praticando tacadas, gastaria mais de 700 Kcal ao final de 2 horas de jogo, o que, na prática, não ocorre. O gasto costuma ficar em menos de 200 Kcal por hora.
Fonte: saude viva
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